sábado, 29 de setembro de 2012

Arquivo morto


Sábado de manha, as seis estou acordada, bela ideia: vou mexer em alguns CDs antigos, revelar mais fotos.
Computador no colo, Telecine Touch de trilha sonora, cá estou.
A cada espera da mídia ser reconhecida é proporcional ao tempo em que estas fotos foram gravadas. Ha cinco, seis e ate sete anos atrás.
Tanto Horto, Morrison, Lago, Aniversario, São Tome das Letras, Paulista, Centro...
Tantos lugares e tantas pessoas.
É bom olhar para trás e não sentir nada de ruim surgir dentro de você.
 Melhor ainda é perceber que o Sr. Tempo tem mesmo sua sabedoria, as pastas mais difíceis de abrir são aquelas que arquivam histórias teriam que ficar fechadas, quietas, as que passaram da validade.
Fotos que mostram sorrisos, e por isso encerrá-las me trouxeram muitas lágrimas
Amores que me fizeram muito bem mas com o que me fizeram mal, aprendi.
Saudades? Sim muitas, mas daqueles momentos, das pessoas e sorrisos do clique da foto.
Saudades da amiga que tive e a da amiga que fui.
Saudades dos amores que eu descobri que poderia sentir.
Nostalgia gostosa das sensações das primeiras vezes. De quando eu descobri que havia alguém muito vulnerável aqui dentro.
Lições, aprendizado, dever cumprido e encerrado.
Hoje eu sei que se não fosse por todos os momentos escritos pela luz capturada não saberia sofrer, perder e a hora de deixar ir.
Hoje eu sei que com muito peso na bagagem nos impede de ir além.
Os libertei e segui. E agradeço aos ensinamentos do tempo por isso.
O sol chegou, e ainda há dias de nuvens, mas ele sempre volta.
E quando demora, eu tento o rabiscar. 
Sempre.


“Eu rabisco o Sol que a chuva apagou.
Quero que saibas que me lembro, queria até que pudesses me ver.
És parte ainda do que me faz forte, pra ser honesto só um pouquinho infeliz.
Mas tudo bem...
E é de ti que não me esquecerei.”
Giz –legião Urbana