Eu não participei das passeatas que aconteceram nos últimos
dias.
Poderia até falar que não o fiz porque estava em casa com
meu pequeno, mas sinceramente não sei dizer se do contrario estaria lá. Não
porque eu discorde, muito pelo contrario, mas como a maioria, já tive vontade e
inúmeras oportunidades e não o fiz. Quase já tinha esquecido, mas sempre esperei , sentada, pela minha oportunidade de me "pintar a minha cara".
Mas de uma coisa eu tenho certeza, do que eu vou contar
dessa semana pra ele, mesmo que anos depois caia no esquecimento nacional, eu
vou contar.
Vou contar que essa tal de rede social conseguiu reunir
milhões de amigos e pessoas que talvez você conheça simplesmente pra falar : “ara,
não sou palhaço.”
Vou contar que o leite dele fervia e ele dormia, calmamente enquanto, na mesma proporção, próximo das 17 horas fervia também as ruas de São Paulo.
Vou contar que seus primos, “tios” e amigos gritavam as tais
“palavras de ordem”
E a mídia, de uma forma geral transmitia tudo e repetiam
incontáveis vezes o termo"manifestação pacifica”
Vou contar que todo mundo que s indignava no sofá da sala
durante o noticiário das vinte horas decidiu estar do outro lado da tela,
fazendo a noticia,fazendo historia.
Vou contar que hinos que há
muito tempo estavam restritos as partidas de futebol tomaram as ruas do
pais.
Vou contar que o hino nacional que há muito parecia
esquecido estava apenas adormecido na memória de cada um.
Dias de lutas, protestos, manifestações, cartazes e
bandeiras cobriram nossa cidade.
Vou contar do dia em que não foi a eliminação do ultimo big
brother que permeou as conversar no bar, cabeleireiros, ou elevador.
Vou contar do dia em precisamos da tela de um computador pra perceber que o “senso comum” é o bom senso. É organização, objetivo único, comunicação, vontade e indignação.
Vou contar do dia em precisamos da tela de um computador pra perceber que o “senso comum” é o bom senso. É organização, objetivo único, comunicação, vontade e indignação.
E vou contar acima de tudo que no silencio desse texto eu
agradeci não só por ele, pelo futuro dele, mas sobretudo por mim.
Agradeci porque desde sempre eu procurei diferenciar meu
pensamento do senso comum, da massa (filosofias de boteco) mas nesse dia eu
percebi que não. A errada SOU EU.
Jornalistas,
Historiadores, donas de casa, estudantes e sociólogos, o que quer que sejamos
somos muito parecidos. A busca não tem que ser pra se diferenciar, falar em
terceira pessoa, jogar a culpa no outro, xingar o governo.
A luta é outra. e minha parte, ninguém vai fazer por mim.
A luta é outra. e minha parte, ninguém vai fazer por mim.
Vou contar de como eu me arrepiei de ver isso acontecendo, em tempo real.
Vou contar de como eu desejei estar lá, não só naquele dia, muito antes.
Vou contar da vontade de ter historias de participações minhas em momentos assim pra contar pra ele
Vou contar de como eu desejei estar lá, não só naquele dia, muito antes.
Vou contar da vontade de ter historias de participações minhas em momentos assim pra contar pra ele
Depois desses dias, espero de verdade, agora sim falo por
ele, pelo futuro do meu filho, que não voltemos a nos isolar e esqueçamos a
força que temos unidos.
Que venha mais 0,20 centavos que nos faça acordar e ouvir
aqueles que nunca deixaram calar sua voz.
Agradeço aqueles que foram, aqueles que não cansaram de
falar e organizar esse momento.
Continuo não sendo a favor de inúmeras causas levantadas nas
discussões que vieram a tona, nem a forma que alguns grupos optam por se
manifestar.
Também não tenho a ilusão de que tudo são flores, que todos
“acordaram” pra realidade que vivemos. Mas hoje vou dormir com a sensação que
muitos pensamento
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o que eu fazia em 17 de junho de 2013 |
Joyce Araújo